Pensar a estratégia implica decidir e selecionar caminhos. Trata-se de definir, especificamente, para onde queremos ir e para onde não queremos ir. Inverter o raciocínio, orientando-o para os caminhos que não queremos seguir, ajuda no processo de solidificação das opções estratégicas.
Depois de definir a estratégia (“o que fazer”) é necessário descobrir “como lá chegar”, ou seja, como implementar eficazmente a estratégia internamente, de forma a otimizar a probabilidade de sucesso no go-to-market.
Dentro das organizações, o caminho de implementação das estratégias nem sempre é fácil. A nossa experiência indica-nos que as principais falhas da execução das estratégias resultam do fraco ou inexistente envolvimento da gestão de topo e das pessoas / colaboradores. Muito frequentemente, as organizações perdem ritmo após elaborarem a nova estratégia, pelo facto das agendas individuais dos departamentos se sobreporem, levando a contínuos atrasos do processo.
Reunimos um conjunto de boas práticas para facilitar o cumprimento e execução eficaz das estratégias, nas organizações. Confira os 5 “C”:
- Competências: Identificar o set de competências e saberes que a organização tem de ter para conseguir responder com sucesso à estratégia. De seguida, mapear os recursos necessários para fazer face a cada competência, como sendo tecnologias, plataformas, pessoas/staff, sistemas de informação, etc.
- Comunicar: informar, partilhar e envolver toda a organização com a nova estratégia corporativa ou de negócio/marca. A comunicação da estratégia deve ser realizada em cada nível da organização, promovendo reuniões de discussão sobre a mesma com os departamentos/áreas funcionais. Existem ferramentas de marketing interno que podem ser usadas como complemento às reuniões, como por exemplo blogs/comunidades, message boards/displays, eventos, vídeos, suportes de comunicação com infográficos, etc.
- Clarificar: a questão fundamental da comunicação da estratégia é a simplificação da linguagem usada. É um tema que, por ser tão relevante, merece ser destacado e autonomizado enquanto boa prática. Neste campo, importa adaptar o discurso “corporativo” – considerado por vezes complexo e de difícil compreensão – aos diferentes níveis da organização, transformando-o em mensagens curtas e simples. Para operacionalizar esta “boa prática” pode ser útil começar por reforçar aos colaboradores “qual é a principal aspiração da empresa, o seu propósito, a forma como acrescenta valor à vida dos clientes ou dos consumidores”. Antes de comunicar ao mercado o que for, lembre-se que o target interno é o primeiro a trabalhar e a ser envolvido.
- Coordenar: agora que já mapeou competências e recursos, envolveu a organização e partilhou a estratégia, há que passar para a fase “hands-on”. Nesta fase, recomenda-se a criação de um plano detalhado e exaustivo com alguns parâmetros: descrição de atividades, duração e deadlines; responsável(eis), reviews ao plano e indicadores de sucesso. É critico nesta fase nomear um “coordenador” para cada área funcional / departamento, de forma a garantir ritmo e cadência na execução das atividades. A fase de review/ validação de cada atividade do plano requer a criação de uma agenda de trabalho, que deve ser totalmente respeitada por todos. É igualmente importante que a gestão de topo esteja sempre envolvida e que participe em todas as reuniões de coordenação, exercendo uma liderança positiva e inspiradora. Nesta fase, pode-se ainda recorrer a algumas soluções de softwares ou plataformas colaborativas especificamente desenvolvidas para apoiar a gestão de projetos.
- Capacitar: formar e treinar as equipas é crucial para que a estratégia seja bem executada. A criação de “academias internas” dentro das empresas é uma prática que nos parece cada vez mais efetiva. Para além de promover ciclos de formação interna ou de convidar especialistas externos, as empresas devem preocupar-se em promover uma aprendizagem de natureza “participativa e colaborativa” em vez de expositiva.